Polícia flagra casal com “ouro bovino” irregular
De tão raro, o grama do produto pode custar até 200 dólares
Da Redação
Um casal deve responder na Justiça pela posse e transporte de “ouro bovino”, produto raro com alto valor agregado e utilizado pela medicina oriental. O flagrante ocorreu na quinta-feira, 28 de agosto, na Rodovia Castello Branco (SP 280), em Itatinga.
Polícias militares rodoviários efetuavam operação na praça de pedágio do quilômetro 208 quando um Chery Celer foi abordado para conferência da documentação.
Dentro do veículo estava um casal, que também apresentou os documentos pessoais. O motorista, de 33 anos, disse que saiu de Londina (PR) com destino a Pindamonhangaba. Já a passageira, 31 anos, declarou que a viagem se originou em Sarandi (PR) cujo destino seria Taubaté.
A passageira disse que era amiga do condutor e que ele faria a viagem até Taubaté e que ele receberia R$ 800 para custear combustível e pedágios. O motivo seria um velório do marido da mulher. Condutor disse que o valor era porque tinha sido contratado, já que seria motorista de aplicativo.
Devido às versões divergentes, policiais efetuaram revista pessoal e de documentos dos ocupantes. Dentro do carro estava uma mochila que, ao ter o interior averiguado, foi encontrado um pote de plástico com materiais biológicos.
Posteriormente ficou constatado que o produto tratava-se de fel bovino, ou cálculo biliar. A substância, de alto valor comercial, é utilizado pela indústria farmacêutica. O grama pode custar até 200 dólares (US$ 200).
Indagados, os ocupantes do carro disseram que foram contratados por um terceiro, que seria de Taubaté. Para o transporte do produto, receberiam R$ 3 mil.
Diante da irregularidade os dois envolvidos acabaram levados à Delegacia de Polícia de Itatinga para esclarecimentos. O produto acabou apreendido.
Ouro bovino amplamente usado pela medicina oriental
Os cálculos biliares bovinos – pedras que se formam na vesícula de algumas vacas e são usadas na medicina tradicional chinesa e de outros países asiáticos.
Os cálculos bovinos são usados na produção de medicamentos para tratar transtornos neurológicos, como acidentes cerebrovasculares ou convulsões. Geralmente o ouro bovino é obtido em bois e vacas envelhecidos, geralmente após o abate. De cada 200 bovinos, apenas dois podem ter a substância.
De tão raros, os cálculos biliares armazenados em frigoríficos podem ocasionar prisão dos funcionários por furto. Embora não seja proibida a venda, esta atividade carece de regulamentação e toda a atividade transcorre sem trâmites oficiais, sem fiscalização sanitária ou pagamento de impostos.