Médico botucatuense participará dos Jogos Olímpicos

Até o dia 21, milhares de atletas e de profissionais estarão participando de um dos grandes eventos esportivos mundiais.

da Redação com assessoria

Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro começam, oficialmente, na próxima sexta-feira (05), com a cerimônia de abertura no estádio do Maracanã. Até o dia 21, milhares de atletas e de profissionais estarão participando de um dos grandes eventos esportivos mundiais.

Prof. Dr. Franz Burini, Médico do Esporte, doutor em Nutrição Humana Aplicada pela USP e pós-graduado em Medicina Esportiva e Metabolismo pela Unesp, que estará nos Jogos Olímpicos atuando fora das quadras e dos campos de competição.

Confira a entrevista:

Como você se interessou pela Medicina Esportiva, tendo em vista que é uma área ainda pouco difundida no Brasil?

R: Sou ex-jogador de futebol profissional e minha vida tem, como pilares, a educação e o esporte. Sou filho de um exímio incentivador e praticante de diversas modalidades esportivas, inclusive algumas olímpicas (lembro do meu pai arremessar dardo e disco no campo do clube enquanto eu praticava natação), irmão mais novo de um ex-jogador de vôlei (Paulo F. Paganini Burini – AAB/Pirelli) e de um ex-jogador de Basquete (Caio H. Paganini Burini – Sírio/Palmeiras), e confesso que sempre acreditei que poderia participar como atleta em Jogos Olímpicos (risos). Quando fiz 17 anos, resolvi me dedicar aos estudos e projetar minha interação com esporte como médico, não apenas como atleta. Sempre me empolguei em saber detalhes do funcionamento do corpo humano, a influência nutricional e as possíveis repercussões na saúde. Fui estudar Medicina para estudar saúde, não a doença. Quando deixei em 2º plano ser atleta, foi para me dedicar à Medicina Esportiva, especificamente focada na saúde e desempenho do atleta, e não em lesões ou trauma (Ortopedia/Traumatologia Esportiva). O atleta é constituído de detalhes que envolvem o extremo da saúde, além de indicadores associados ao desempenho. As lesões são frequentes e, quando se tem um atleta saudável, ele passa a ser menos acometido de agravos e sua vida profissional tende a ser mais longeva.

P: Como é o dia a dia de um médico que trabalha com atletas de alto rendimento?

R: Atletas do Alto Rendimento apresentam um cotidiano de alta demanda, seja com treinamentos ou com os calendários de competições. O modelo que temos de atuação contempla avaliações e consultas, contextualizados neste calendário. Os atletas com maior foco na carreira e competições são de mais fácil interação, pois são comprometidos e conscientes sobre a importância das abordagens.

P: Como foi convidado para integrar o Comitê Olímpico?

R: Trabalho no Alto Rendimento Esportivo há 6 anos, tendo início com um projeto na estruturação da área de Ciência do Esporte, dentro do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). No último ano, fui convidado a integrar o Comitê Olímpico Internacional (COI), para a estruturação dos serviços médicos junto aos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

P: Qual a expectativa, como médico, para os Jogos?

R: Como ex-atleta, sei o que realmente falta em determinadas circunstâncias, e de que maneira o suporte científico pode ajudar a fazer diferença. Neste sentido, estou envolvido em meu 2º Jogos Olímpicos, atuando profissionalmente na área que me dedico nos últimos 20 anos, sendo a 2ª geração da família a aplicar Ciência no Esporte (meu pai, Roberto Carlos Burini atua há mais de 30 anos nesta área) e me sinto um privilegiado. Colocar em prática o que estudamos em ambiente acadêmico é algo peculiar e desafiador. Diferente de um atleta que atua, em média, em 2 ou 3 Cíclos Olímpicos, acredito que a vantagem é que, hoje, vejo a oportunidade de atuar profissionalmente por mais e mais Jogos Olímpicos.

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