Estação Ferroviária é oficialmente reaberta ao público

A restauração da estação ferroviária de Botucatu aconteceu em duas etapas

da Redação com Prefeitura de Botucatu

Numa grande festa realizada na noite desta quinta-feira (22), prestigiada por um público de aproximadamente 500 pessoas, e regada à boa música, exposição de fotos e muita nostalgia, a Prefeitura de Botucatu entregou um dos maiores símbolos da história do Município. estacao_reinuaugurada3

Após cinco anos de um minucioso trabalho de restauro e mais de R$ 2 milhões de investimentos, cada detalhe como telhado, pisos, paredes e janelas, antes danificados pelas ações do tempo, está recuperado. Agora, a Antiga Estação representa um novo momento da Cidade.

A recuperação das instalações permitirá o desenvolvimento de inúmeras atividades no local. Já há espaços destinados aos praticantes de ferromodelismo, para preservação da memória ferroviária, além da transferência da estrutura administrativa da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Turismo para o prédio.

A Prefeitura já trabalha para concretizar a concessão do espaço do antigo bar da estação para a instalação de uma cafeteria ou lanchonete. Também já existem conversas adiantadas para que um ônibus turístico faça roteiros pela Cidade com partidas saindo da estação, que agora leva o nome “Engº Nelson Dib Saad”, ex-superintendente regional da Estrada de Ferro Sorocabana e Gerente Regional da Fepasa em Botucatu.

Preservação do patrimônio histórico

A restauração da estação ferroviária de Botucatu aconteceu em duas etapas. A Prefeitura de Botucatu contratou para execução das obras a empresa Estúdio Sarasá, especializada em restauração, que tem em seu portifólio trabalhos importantes como o projeto de restauro do Teatro Municipal de São Paulo e o restauro do solar da Marquesa também na capital paulista. estacao_reinuaugurada3

“A estação estava bem degradada. A cobertura totalmente deteriorada. As argamassas com soltura, problema de exposição dos próprios tijolos. Resgatamos inicialmente a sanidade do edifício e depois o próprio uso. Se nada fosse feito, em pouco tempo o prédio poderia entrar em situação de ruína”, relembra o conservador e restaurador Antonio Luís Ramos Sarasá Martin.

Na primeira etapa de restauro, iniciada em 2012, as ações contemplaram a limpeza e higienização das instalações, recuperação completa do telhado, da fachada principal, limpeza do saguão e instalação de alambrado ao longo da plataforma de embarque e desembarque de passageiros. Algumas peças em madeira foram higienizadas e submetidas ao tratamento contra cupins.

Na segunda etapa, iniciada em 2015, toda a parte da cúpula foi restaurada além das paredes do saguão principal, que realçam os desenhos originais do século XIX, quando a Estação foi construída. Também foi feita a reparação do madeiramento que recebeu tratamento especial, que incluiu parte da estrutura do mezanino, portas e escadarias, e o piso superior que recebeu sinteco. Todas as salas foram recuperadas, incluindo o antigo bar da estação.

“A reforma do Mercadão, a Casa da Juventude,  a Praça Rubião Júnior e agora a Estação Ferroviária, que é mais uma demonstração clara da preocupação que a Prefeitura de Botucatu tem com a memória do nosso patrimônio histórico”, afirma o secretário municipal de Cultural Osni Ribeiro.

O projeto, assinado pelo arquiteto Guilherme Michelin, foi viabilizado graças ao patrocínio da Duratex e Caio Induscar, com o incentivo fiscal do ProAC/ICMS, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. A iniciativa recebeu a aprovação do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), por se tratar de um edifício tombado. estacao_reinuaugurada

Ao longo do processo de restauro, também foi promovido um trabalho de educação patrimonial, executado pela empresa Producom, e que inclui a exposição de fotos e documentos relativos à história da estação e da ferrovia, e que evidenciam sua importância cultural, econômica, social e política para os cidadãos de Botucatu.

Agora, a Prefeitura de Botucatu se concentra nas obras da nova sede do Fundo Social de Solidariedade do Município, que funcionará no antigo galpão das oficinas de locomotivas do complexo ferroviário. A área em frente deste mesmo local também será totalmente reurbanizada e destinada ao lazer da população. O investimento do Poder Público na recuperação de mais este espaço do patrimônio ferroviário é superior a R$ 2 milhões. A previsão é que estas obras sejam concluídas até o fim deste ano.

Sobre a Estação Ferroviária

O Complexo da Estação Ferroviária de Botucatu representa o avanço da Estrada de Ferro Sorocabana pelo interior paulista, demarcando a “conquista do sertão”, situado a oeste das cuestas.

Ele é constituído pela Estação Ferroviária; Largo da Estação; Armazém de Cargas; Vilas Ferroviárias e Casas de Turma, de variadas tipologias e técnicas construtivas; Caixa D’água; Edifício da Administração (ou da Chefia); Mercearia; Oficinas de Locomotivas; Escola de Artífices; Reservatórios D’água; Triângulo de Manobras; Pontilhão Ferroviário Arlindo Granado; e os muros de arrimo e taludes circundantes.

Foi ao redor da estação que um dos bairros mais tradicionais de Botucatu se formou: a Vila dos Lavradores, reduto das famílias dos ferroviários. Além dos serviços de transporte de carga, o local recebia centenas de passageiros que utilizavam o trem como principal meio de transporte.

A chegada da ferrovia deflagrou novo momento econômico para a região, fomentando a produção agrícola, sobretudo o café, bem como a ocupação de terras e a criação de novos núcleos urbanos. O complexo se tornou ponto de confluência do tráfego da linha-tronco da EFS e de seus inúmeros ramais a oeste, impactando no desenvolvimento de Botucatu como pólo urbano regional.

Serviço:

Estação Ferroviária de Botucatu

Rua Benjamin Constant, 161 – Vila Jahu.

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