Jovens aprovados no vestibular iniciam nova etapa

Aprender de uma maneira diferente, mais sensível, humana e humorada

Texto e fotos por Sérgio Viana

Para alguns jovens o inicio do ano é um período de grande mudança. Depois de ter passado o ano anterior se dedicando aos estudos de maneira até ‘exagerada’ em alguns casos, a aprovação em alguma universidade, seja pública ou particular, é um alívio. Mudar de cidade, deixar família e amigos de tanto tempo para trás, conhecer gente nova, gente chata, gente legal, se virar sozinho, aguentar alguns perrengues, desabafar só por telefone… isso e muito mais, são coisas que fazem parte de uma etapa da vida.

Muitos nem pensam em voltar a fazer cursinho pré-vestibular novamente, mas há sempre exceções.

Mesmo não precisando mais retornar às salas de aula amplas e abertas e com carteiras coloridas, muitas vezes dispostas em círculo ao redor do professor, os agora ex-alunos do Núcleo de Orientação Integral da Aprendizagem (Noia), guardam dentro de si um carinho especial por este espaço, que para os agora universitários significou mais do que um lugar apenas para estudar, decorar e revisar matérias de vestibular.

“Vi que era isso que eu estava procurando”

bixos05Mariana Villas Boas, 20, já estava no seu segundo ano de curso pré-vestibular. No inicio, quando saiu do ensino médio, o que ela queria fazer era Moda. “Entre 2012 e 2013, eu conversei muito com minha mãe e uma das professoras do Noia. Elas disseram que Psicologia talvez tivesse meu perfil também. Eu fui atrás, conversei com o psicólogo da escola, outros profissionais e vi que era isso que eu estava procurando”, comenta Mariana.

Hoje, ela já está morando com uma tia em Campinas, pois foi aprovada pela PUC de lá, mas além disso ela também aguarda novas chamadas da Unesp, onde ainda tem chances por estar na lista de Espera.

“Ter estudado no Noia não poderia ser melhor. Eu frequentei a vida toda escola apostilada, mas lá [no Noia] você usa outros livros e percebe por si mesmo o que precisa mais estudar. Todos os professores ajudaram muito, por ser um cursinho menor, eles dão muito mais atenção aos alunos”, relata.

“Não é só cursinho”

Aos 19 anos, Lucas Dorini está prestes a se mudar para Londrina, onde vai iniciar o curso de Engenharia Ambiental, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná. “Eu sempre pensei em estudar alguma engenharia, mas não tinha definido qual ainda. Durante o cursinho eu pesquisei sobre a Ambiental e vi que também tem conteúdo ligado à área de Humanas, que eu também gosto”, destaca Dorini.

bixos04Quando ele deu seu depoimento, mesmo já tendo sido aprovado e passado até o período de férias, Lucas estava no cursinho onde estudou. “Foi um lugar pra vida. Não é só cursinho. Você cria muitos vínculos com professores e com a turma que está junto, todo mundo se torna amigo. É um outro método de ensino”, afirma o jovem.

 

“Já havia passado no ano anterior, mas não me sentia pronto”

Raul Micheleto, 20, também fez dois anos de cursinho no Núcleo de Orientação Integral da Aprendizagem, foi aprovado num vestibular, mas não se sentiu confiante o suficiente sobre o que iria estudar e resolveu ficar mais um ano por aqui. Neste ano ele foi aprovado em Agroecologia e Antropologia, em diferentes universidades federais.

“Vou pra Ufscar, em Araras. Quero trabalhar na área de agrárias e discutir bastante a questão da transgenia de alimentos, que hoje em dia vem aumentando muito e de maneira até preocupante. Vai ser uma maneira interessante de lidar com isso”, diz Raul. Para ele, parte importante dos estudos foi fazer o mesmo cursinho. “Foi algo essencial na minha vida. No Noia você se sente com todo mundo, não fica sozinho, não é só mais um numa sala com centenas de alunos”, explica.

“É bom estudar o que se gosta”

Laura Ferrari, 18, já está no Paraná. Após o primeiro ano de curso pré-vestibular, ela prestou Psicologia e foi aprovada nas estaduais de Londrina e Maringá, onde já iniciou suas aulas. “Estou gostando muito. É bom estudar o que se gosta. Eu cheguei a conclusão do que queria por eliminação (risos), sempre gostei muito de Humanas e Biológicas, então decidi por psico”, explica a jovem.

Ela lembra que no inicio do ano passado tinha muitas dificuldades, mas que não foi tão complicado superar. “Problemas de Exatas eu não tinha ideia de como resolver, mas até aprendi a gostar. Acabei melhorando em todas as disciplinas. Com os professores ali não é algo maçante e, com turmas [de alunos] pequenas, a gente se torna amigo de todos mundo”, completa.

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Volta às aulas

Na segunda-feira, dia 10 de fevereiro, as aulas do Núcleo de Orientação Integral da Aprendizagem retornaram. Uma nova turma, com alunos novos e outros que ainda não conseguiram conquistar seu lugar numa faculdade, mas vão tentar novamente, voltou a ocupar as carteiras coloridas. Não só isso. Voltaram a conhecer coisas novas, a aprender de uma maneira diferente, mais sensível, humana e humorada, e estarão certos de que esse ano será apenas uma bela etapa de um longo caminho.

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