Grevistas e Conselho de Reitores farão reunião para debater reajuste salarial
A mobilização ocorre por causa da proposta apresentada, em maio, sobre o reajuste anual dos servidores
por Flávio Fogueral
Está marcada para esta quinta-feira, 7, na capital paulista, reunião entre representantes de servidores técnico-administrativos e professores das universidades paulistas com o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo), e que pode definir o possível final da greve das duas categorias profissionais.
A mobilização ocorre por causa da proposta apresentada, em maio, sobre o reajuste anual dos servidores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para este ano, os reitores fixaram o valor de aumento salarial em 1,5%, valor abaixo da inflação oficial medida pelo IBGE que, em 2017 foi de 2,95%.
Em específico na Unesp, a categoria reivindica o pagamento do percentual de 3% prometido pela reitoria desde 2015. O valor, segundo os grevistas, nunca foi aplicado nos vencimentos das categorias (servidores e professores) e que seriam necessários 16% para amenizar os efeitos das perdas salariais. Em 2017, uma crise orçamentária fez com que a universidade atrasasse o pagamento do décimo terceiro salário, o que ocorreu com negociação e ordem judicial.
Um grupo formado por 40 pessoas do câmpus da Unesp de Botucatu participará do encontro nesta quinta-feira, que reunirá integrante do chamado Fórum das Seis, entidade que agrega sindicatos e associações representativas de servidores técnico-administrativos, das três universidades estaduais paulistas.
“Tudo dependerá da conversa e das propostas que serão apresentadas. Mesmo que a proposta venha a agradar os representantes do Fórum das Seis, a mesma precisará ser analisada pelos sindicatos e, claro, pelos servidores em assembleias. A greve ainda pode prosseguir por mais alguns dias”, ressalta Rosana Bicudo, do conselho de greve do Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp).
Em Botucatu, a paralisação ocorre desde 27 de maio, sendo parcial e não compromete totalmente as atividades desenvolvidas nos dois câmpus de Botucatu (Rubião Júnior e Fazenda Experimental do Lageado). Um ato promovido na terça-feira, 5, reuniu mais de 150 pessoas entre professores, servidores e alunos, que protestaram contra o índice proposto pelo Cruesp, além de reivindicar o pagamento dos aumentos prometidos desde 2015.
O Sintunesp estima que 30% dos servidores no câmpus de Botucatu tenham aderido à greve. Com isso, algumas atividades de suporte acadêmico ocorrem parcialmente, como é o caso da Faculdade de Medicina. Nas demais unidades- Instituto de Biociências, Faculdades de Ciências Agronômicas; e de Veterinária e Zootecnia-, os trabalhos administrativos estão normalizados, conforme sondagem da reitoria.
Quanto aos alunos, os mesmos têm paralisação total apenas no Instituto de Biociências. Já nas Faculdades de Medicina; de Medicina Veterinária e Zootecnia; e de Ciências Agronômicas, a adesão é parcial.
Mesmo com a reunião marcada entre os representantes das reitorias das três universidades paulistas e os grevistas, a paralisação deve prosseguir, reforçam algumas lideranças do movimento. A presidente da Associação dos Docentes da Unesp de Botucatu, Percília Cardoso Gianquinto, salienta que independente do que for definido hoje em São Paulo, a categoria deverá permanecer parada até a próxima reunião da Adunesp, marcada para a próxima quarta-feira, 13.
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