OPINIÃO | Eleições 2018 – e esse tal meio ambiente?
Para sairmos da crise, precisamos de um modelo de desenvolvimento econômico assertivo
por Patrícia Shimabuku*
As Eleições de 2018 ocorrerão dentro de um contexto de crise geral. Dialogar sobre o futuro do nosso país (na atual conjuntura) é motivo de briga, além de ser utópico, distante e parecer inútil, contudo, é agora o momento de apontar quais serão os possíveis e reais caminhos de um modelo econômico a seguir.
Para sairmos da crise, precisamos de um modelo de desenvolvimento econômico assertivo, inclusivo e sustentável que combata a pobreza e a desigualdade agudizada pela corrupção. Precisamos de planos de governo comprometidos com as necessidades da população com as diversidades territoriais, isto é, modelos que levarão em conta a importância ecológica-econômica-social-cultural dos diferentes Estados que compõem o nosso país.
É necessário dizer que, as pautas ambientais foram e ainda são esquecidas nos debates eleitorais, consequentemente, ignoradas nos planos de governo, independente da esfera. Infelizmente, para alguns políticos e partidos, o meio ambiente é um empecilho para o desenvolvimento e suas leis deverão ser revogadas.
Vamos pensar um pouco…
Quais foram as propostas para pauta ambiental dos candidatos a Deputado estadual e Deputado federal que representam nossa região, nas últimas eleições? E as do Governador? Alguém recorda? Será que existiram?
A nível presidencial, quando a temática é considerada, geralmente está associada à hipócrita defesa: “A Amazônia é nossa”, “A Amazônia é o pulmão do mundo”, “Temos que parar com o desmatamento”, “Temos que proteger as populações indígenas” e “Vamos cuidar do Pantanal”. Defesa que sabemos muito bem, que ficaram nos discursos eleitorais.
A nível municipal (Botucatu) a pauta ambiental se faz presente, porque é cobrada permanentemente pela sociedade civil organizada, que age como sentinela, monitorando o Poder Executivo e Legislativo local.
A ruptura do modelo de desenvolvimento atual para uma economia de baixo consumo de carbono é obrigatoriamente urgente e sua efetividade depende de uma gestão política não corrupta e construída com ampla participação da sociedade em pontos chaves, como por exemplo, na matriz energética, na gestão hídrica, na infraestrutura de transporte, e nas diretrizes para produção industrial e produção de alimentos.
É mais do que óbvio, que temos pautas ambientais de urgência inegável. Há situações que demandam e demandarão atenção por parte dos candidatos, porém, elas não estão veiculadas as manchetes das mídias de massa!
Neste sentido, a fim de colaborar, será que os planos de governo de nossos candidatos considerarão os seguintes parâmetros ambientais: (1) Água: proteção e produção hídrica, (2) Política de prevenção de desastres ambientais e industriais, (3) PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico, (4) PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos e (5) Fontes sustentáveis para produção energética? A questão ambiental não está alheia à população, é transversal e está intimamente ligada a qualidade de vida e sustentabilidade econômica.
Por fim, quais as propostas de governo para a pauta ambiental de nossos candidatos a Deputado Estadual e Deputado Federal que representarão nossa cidade e região?
*Patricia Shimabuku é farmacêutica industrial, professora e ativista socioambiental.
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