São Paulo registra mais mortes do que nascimentos pela 1ª vez na História
Queda se acentuou de forma contundente com a pandemia da COVID-19
Da Redação
Pela primeira vez na história, o Estado mais populoso do País registrará um mês com mais óbitos do que nascimentos. Com cerca de 44 milhões de habitantes, São Paulo teve até esta sexta-feira (30.04) 44.087 óbitos e 41.407 nascimentos, diferença de mais de 2.5 mil óbitos a mais do que nascidos vivos. O fenômeno se repete na capital paulista, que teve 12.194 óbitos e 11.724 nascimentos, registrando também o primeiro mês com decréscimo populacional em sua história.
Os dados preliminares, uma vez que registros de abril ainda podem ser lançados, constam no Portal da Transparência do Registro Civil (http://transparencia.
“Com o Portal da Transparência, a sociedade pode ter acesso aos dados em tempo real, auxiliando com a clareza das informações. E em tempos de pandemia, o site pode ser utilizado como forma de estruturar a evolução da Covid-19 nas regiões do País”, comentou a presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP).
A queda na diferença entre os nascimentos e os óbitos no Estado vinha ocorrendo de forma gradual ao longo dos anos, mas se acentuou de forma contundente com a pandemia da COVID-19. Em janeiro de 2020, esta diferença era de 25.113 registros de nascimentos a mais. Em julho do ano passado, caiu para 12.972, patamar que se manteve até março, quando diminuiu para apenas 1.867 registros, invertendo-se a pirâmide em abril, que passou a ter 2.680 óbitos a mais que nascidos vivos, fenômeno nunca antes registrado.
Na capital paulista, a realidade é semelhante, com uma diferença entre os dois atos que vinha caindo ao longo dos anos, mas se acentuou com a chegada do novo coronavírus. Em janeiro de 2020 eram 7.754 nascimentos a mais, que caíram para 3.987 em julho, elevando-se um pouco nos meses seguintes, mas caindo drasticamente em março, com apenas 445 nascimentos a mais. Em abril a pirâmide se inverteu e os óbitos superaram os nascimentos em 470 registros até esta sexta-feira (30.04).
No País, a região Sudeste, com cerca de 85 milhões de habitantes tem até esta sexta-feira (30.04) 81.525 óbitos e 76.508 nascimentos, realidade que se repete em três dos quatro Estados que compõe a região: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, sendo que os dois primeiros registram também o primeiro mês com maior número de mortes do que de nascidos em seus territórios na série histórica.
Além do Sudeste e dos três Estados com mais óbitos do que nascidos na região, o Rio Grande do Sul também registrou um maior número de mortes do que nascimentos em abril. Entre as capitais brasileiras, nove viram os óbitos superarem o número de nascidos vivos, sendo que em quatro delas isso ocorre pela primeira vez desde o início da série história, em 2003: São Paulo (SP), Curitiba (PR), São Luís (MA) e Vitória (ES). As outras cinco, Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Belo Horizonte (MG), já haviam registrado este fenômeno em meses anteriores.
Sobre a Arpen/SP
Fundada em fevereiro de 1994, a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP) representa os 836 cartórios de registro civil, que atendem a população em todos os 645 municípios do Estado, além de estarem presentes em outros 169 distritos e subdistritos, realizando os principais atos da vida civil de uma pessoa: o registro de nascimento, casamento e óbito.