Leia e ouça as entrevistas com Mário Pardini, Reinaldinho e Mário Ielo
por Sérgio Viana – fotos Flávio Fogueral
Na última quinta-feira, dia 14 de abril, Aniversário de 161 anos de Botucatu, em meio aos milhares de botucatuenses que acompanhavam os desfiles cívicos de escolas e entidades da cidade, os pré-candidatos à Prefeitura de Botucatu – Mário Pardini (PSDB), Reinaldinho (PR) e Mário Ielo (PDT) transitavam e cumprimentavam efusivamente quem os reconhecia.
O Notícias.Botucatu aproveitou e quis saber de cada um deles o que pensam sobre a atual situação política nacional, quais suas opiniões e como imaginam que será a campanha eleitoral 2016, sob clima de suspeição política e radicalização de discursos. Ouça ou leia abaixo:
“… eu acho que o Governo Federal perdeu a capacidade de governar”, Mário Pardini (PSDB)
Como você se sente neste momento político que o Brasil atravessa? Como você se vê em campanha e fazendo política?
Primeiro, a gente tem que falar que Botucatu pulsa desenvolvimento. Então, no momento em que o país vive um momento delicado da política, a gente vê em Botucatu desenvolvimento. Casas e mais casas, mais escolas, hospitais. Isso anima a população de Botucatu e anima que se coloca a disposição de trabalhar por ela. Para servir a população e não se servir da política.
Gostaria de saber claramente qual é a sua opinião a respeito deste domingo, com a votação de impeachment da Presidente do Brasil?
Minha opinião é a favor do impeachmet, sou a favor. Acho que a gente não pode continuar com esse desgoverno. Acho que a presidente, sem paixão política, mas a presidente infelizmente perdeu a capacidade de governar o país e a gente não pode submeter a população brasileira a um momento tão delicado. Desemprego, falta de credibilidade, investidores saindo do país. Então, é só por esse motivo. Eu acho que o Governo Federal perdeu a capacidade de governar.
E como será depois? O que você imagina sem a Presidente no poder, caso o impeachment seja aprovado?
Depois a gente vai ter que construir um novo governo. Eu acho que o depois vai ter que ser discutido com a população e ser construído, porque o governo destruiu o que a gente havia conquistado até aqui.
“… não pode recair a punição somente a uma ou três pessoas”, Reinaldinho (PR)
Neste momento de crise política muito forte, no domingo temos a decisão do impeachment ou não da Presidente, eu queria saber como você imagina sua campanha em Botucatu com essa interferência política.
Na verdade nós não estamos em campanha, hoje é apenas uma pré-candidatura. A campanha oficial é só depois da convenção que será feita no final de julho e começo de agosto conforme a legislação determina. Então, como a gente vê isso no futuro, como cidadão, hoje eu poderia dizer que a gente vê com preocupação o momento político do Brasil. Porque não é simplesmente derrubar a Dilma, Lula e outros que são ligados ao Governo. A gente percebe que a corrupção, pelo o que tem sido apurado na operação Lava Jato e outras da Polícia Federal, é sistêmica. Nós esperamos, eu, Lelo Pagani, meu partido o Partido da República (PR), a Rede que seja feita uma investigação geral, ampla e irrestrita, para que todas as pessoas que participaram de forma direta ou indireta de corrupção, seja onde for, sejam penalizadas. Não pode recair a punição somente a uma ou três pessoas. Porque hoje a nação brasileira sabe que existe uma grande quantidade de políticos e não políticos envolvidos.
A respeito diretamente desta decisão sobre o procedimento ou não do processo de impeachment, você se considera a favor ou contra?
Eu sou favorável, evidentemente. Porque eu acho que nós temos que iniciar um trabalho de moralização da política aqui no Brasil. Então, começa por aí, a partir do governante que é a Dilma. Mas que o processo continue, pois nós sabemos que juntamente com a Dilma tem o Michel Temer. Inclusive há até uma ação por parte de um deputado, para que anexassem pedido de impeachment [do vice-presidente] ao dela. O que eu acho que seria o correto. Porque eu tenho a preocupação, apesar de ser favorável, do que será do Brasil após o impeachment, porque entra o Michel [Temer], que também está sujeito ao impedimento. Se cai o Michel, sobraria par ao Eduardo Cunha que está nas mesmas condições. Então é uma situação preocupante pra gente, como homem público e cidadão brasileiro.
O partido do seu pré-candidato a vice-prefeito defende Eleições Gerais novamente. Você é a favor de novas Eleições?
Eu já tinha essa opinião própria. Seria mais justo. Mas segundo dizem os especialistas, seria uma quebra da Constituição. Mas diante do quadro que nós estamos vendo na política brasileira seria o mais justo novas Eleições.
“… neste momento nós estamos optando pela neutralidade”, Mario Ielo (PDT)
Neste momento de crise intensa que a política como um todo vive, gostaria de saber como que você vislumbra a campanha em Botucatu, você acha que o cenário local é diferente? Acha que há uma tendência para a radicalização dos discursos?
Bom, primeiro, a crise ainda não atingiu a Botucatu na Prefeitura. Nós tivemos o superávit de R$ 25 milhões acima do que o previsto de arrecadação. Então, a crise ainda não chegou em Botucatu. Eu creio também que a gente não deve misturar as eleições municipais com as decisões de Brasília. São [situações] totalmente distintas. Nós temos que discutir a nossa cidade. Infelizmente, nós só falamos sobre as questões nacionais e esquecemos-nos de falar dos nossos problemas. Por exemplo, se precisamos ou não de um reservatório, como foi o caso de Mairiporã, onde se abriram as comportas e morreram 14 pessoas. As pessoas precisam saber disso, que nós temos que ter uma bacia de conservação dos rios e que isso é mais importante do que está acontecendo em Brasília. Nós temos que se preocupar com nossos problemas, nossas escolas, com o atendimento à Saúde, com a humanização. Precisamos de qual sistema viário em Botucatu? E tudo isso é aqui, é na nossa cidade. Se cada município se preocupar com seus problemas, poderá avaliar os candidatos que estão mais preparados para assumir a Prefeitura e uma cadeira na Câmara Municipal.
Na sua opinião qual será o grande desafio do próximo Prefeito de Botucatu?
Nós temos que se preocupar com todas as áreas. Aquele que fala que tem que priorizar A, B ou C ta errando. Existem recursos para todas as áreas, o que tem que ter é a responsabilidade de saber aplicar as verbas corretamente, na Educação, na Saúde, na Cultura, porque sempre a Cultura é esquecida, e nosso sistema viário, que todos nós sabemos que precisa investir para termos uma cidade melhor. Nós temos que enfrentar esse grande problema que é o nosso sistema viário. Nós temos que estar sempre se preocupando com aqueles que mais precisam, principalmente, a população de risco social. Botucatu pode enfrentar isso com mais clareza, com projetos sociais, acompanhando aqueles que recebem o Bolsa Família com projetos para que eles possam ser incluídos. A preocupação tem que ser geral. Sabemos que temos recursos pra isso, aí temos que ter uma preocupação com a participação popular. Com mais participação popular, seja através do Orçamento Participativo ou dos Conselhos, as ideias surgem mais e os projetos são melhores. E temos que ter um Plano Diretor que seja seguido, não adianta a gente ter um plano bem elaborado e não segui-lo, como foi feito nesses últimos anos. Nós temos um grande município. Temos que enfrentar com clareza, que a Prefeitura pode auxiliar as escolas de ensino Médio, veja, hoje nós não estamos vendo as escolas estaduais. Elas precisam do auxílio da Prefeitura, já que o Governador só se preocupa em fechar escola. A Prefeitura tem que assumir seu papel, porque são botucatuenses se preparando para o ensino superior.
Como você todo esse cenário do processo de impeachment?
O PDT [de Botucatu] é um diretório em formação. Portanto neste momento nós estamos optando pela neutralidade, para que o nosso foco fixe na cidade de Botucatu. Nós temos filiados que são a favor do impeachment, temos outros que são totalmente contra, sabendo que é um golpe. Nós temos que ter a maturidade, por estar na direção do partido, que nesse momento nós ainda precisamos discutir e aprofundar. Por isso a nossa neutralidade em relação ao impeachment da Dilma, do Temer e a cassação do Eduardo Cunha. Nós somos a favor da Democracia, contra a corrupção. Temos que ter [juízos] contra todos os corruptos.