Existe ou não? Rua na Vila Jaú aguarda regularização e melhorias

O problema mais crítico é a falta de esgoto, com dejetos sendo despejados em fossas sépticas. Prefeitura não responde

por Flávio Fogueral. Fotos: Sérgio Viana

Apenas três casas ocupam a Via do ‘Passa Três’, na Vila Jaú, nas proximidades com a antiga estação ferroviária de Botucatu. Mas as residências enfrentam os mesmos problemas: mesmo com a existência oficial da via, não há infra-estrutura como asfalto, guias ou mesmo calçadas. O esgoto inexiste sendo necessário o despejo direto no Ribeirão Lavapés.

Uma viela faz a ligação entre a Via ‘Passa Três’ e a Júlio Dorini, uma das principais ruas da Vila Jaú, onde há ponto de ônibus e acesso às demais regiões da cidade. Não há coleta de lixo pelo local, o que faz com que os moradores tenham que andar mais de 100 metros para poder levar o material a ser recolhido.


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O problema mais crítico é a falta de esgoto na localidade. Os dejetos são jogados em uma fossa séptica próxima ao afluente do Rio Lavapés. À noite, a iluminação escassa faz com que pessoas desconhecidas usem o local para atos ilícitos, conforme relatam alguns moradores.

Residente há uma década na Via ‘Passa Três’, a dona-de-casa Aline Lima, 29, enfatiza as dificuldades enfrentadas para se morar. “Dá medo de sair à noite porque é muito mal iluminada (a viela). Se colocarem poste e fizerem a coleta do esgoto, já melhora nossa situação”, pede.

Para ela, o problema maior tem sido quanto à inexistência de coleta e tratamento de esgoto nas três residências que existem na via. Além de animais peçonhentos, os dejetos também provocam odores que incomodam os vizinhos. “Quando chove ou faz muito calor, por exemplo, o cheiro que vem do rio e do esgoto é muito forte”, relata a moradora.

Em outra residência, o risco é maior por estar próxima ao leito do Rio Lavapés. Uma das moradoras- que preferiu não se identificar- conta que, com as fortes chuvas ocorridas no ano passado, o nível da água chegou a invadir a casa.

A mulher afirma ainda a dificuldade em receber correspondência e deixar o local limpo.  “Raramente passa lixeiro aqui. E já vimos algumas pessoas suspeitas parando carro à noite aqui perto de nossas casas”, disse.

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Moradores têm que usar fossa séptica ou mesmo despejar esgoto diretamente no rio. (Foto: Sérgio Viana/Notícias.Botucatu)

Ambas as moradoras da região procuraram a Sabesp para providenciar a ligação da coleta de esgoto. Segundo elas, a empresa ‘disse que depende apenas da autorização da Prefeitura para efetuar a obra’.

A regional da Sabesp em Botucatu, por meio de sua assessoria de imprensa, relata que apesar da Via Passa Três existir no mapa, ela ainda não foi ‘aberta oficialmente pela Prefeitura e acarreta a inexistência de um mapeamento topográfico’. Isso, segundo a empresa, é quesito para que qualquer obra de infraestrutura seja realizada. Quanto ao fornecimento de água, a concessionária de saneamento básico salienta que as ligações estão na rede existente na Rua ‘Eugênio Monteferrante”.

A Prefeitura de Botucatu foi procurada para informar sobre possíveis projetos para a via, mas até o fechamento da matéria ainda não havia se pronunciado a respeito.

Os residentes da viela ressaltam que algumas vezes ocorreram visitas de funcionários da Prefeitura e, principalmente de vereadores para a verificação do problema. O último a estar na região foi Izaias Colino (PSDB) que se comprometeu a levar os problemas da região à Câmara Municipal, que retoma as atividades em 3 de fevereiro.

“A Rua “Passa Três” tem seu início logo alguns metros acima da viela que estamos falando só que a via não tem continuidade, então essa viela sem denominação é a única maneira dos moradores terem acesso as suas residências. Há a necessidade de tentarmos viabilizar uma solução para a questão”, declarou o parlamentar.

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