Música BR: Disco "Jards Macalé", de 1972

Obra emblemática dos anos 70! Época de liberdade sexual, drogas e de uma MPB rebelde

por Alex Castro*

Jards Macalé (Rio de Janeiro, 1943) teve e tem  presença e influência marcantes no cenário cultural brasileiro – sobretudo nos anos 70. Compositor, cantor, instrumentista, produtor e ator, foi um dos principais nomes do  nosso “udigrúdi” (apelido carinhoso dado à contracultura nacional).

Seu disco de 1973, que leva o mesmo nome do artista, é uma das suas principais obras. Traz clássicos (o que soa irônico, pois são músicas praticamente desconhecidas pelo grande público – inclusive pelo público jovem  mais “antenado”) como “Farinha do desprezo”, “Mal secreto”, “Movimento dos barcos”, “Let’s play that” e “Farrapo humano”, além de outras faixas de grande valor musical. Atentem para os maravilhosos e arrojados arranjos e para as letras que muitas vezes soam sem sentido (cheias de metáforas e de frases às quais talvez apenas o compositor  – ou mesmo nem o próprio compositor – atribua um sentido) e algumas vezes até sonoramente incompreensíveis. Não importa. Valem muito  a poesia, a ousadia e a plástica das músicas!

Obra emblemática dos anos 70! Época de liberdade sexual, drogas e de uma MPB com atitude igual ou até maior que a do rock and roll. Época de artistas politizados, sem serem politicamente corretos (e sem sal)…época em que o “sex appeal”, musical ou não, ia muito além de e até contra uma voz macia e um rostinho bonito e meigo.

* Alex Castro é botucatuense, professor de artes e amante da música brasileira de todos os cantos

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