Janeiro de 2014 registra aumento de 10% nos casos de violência contra a mulher, em Botucatu

Câmara Municipal aprova inclusão do Dia da Não Violência Contra Mulher no calendário oficial

por Sérgio Viana

De acordo com dados obtidos através da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Botucatu, o número de ocorrências que registram casos de violência contra a mulher aumentou pouco mais de 10% em janeiro de 2014, em comparação com o mesmo mês de 2013. No primeiro mês deste ano foram registrados 128 boletins de ocorrência, sendo 32 de lesão corporal e 53 de ameaças. No mesmo período do ano passado, foram 115 boletins, sendo 23 envolvendo lesão corporal e 59 de ameaças.

“Não existe uma estatística específica, quanto ao número de ocorrências que acontecem dentro do ambiente familiar, mas é a maioria dos casos, cerca de 90%”, afirma a delegada Rose Mary Ribeiro Dias. Segundo ela, na grande maioria dos casos as agressões ou ameaças são feitas pelo marido ou homem com quem a mulher se relaciona.

Rose ieloCom atenção a esses casos que acontecem não somente em Botucatu, na última sessão da Câmara Municipal, a vereadora Rose Ielo (PT) colocou em pauta o projeto n°110/2013 para incluir o “Dia da Não Violência Contra a Mulher” no calendário oficial do município. “A proposta de incluir no calendário oficial esta importante data será mais uma forma de conscientizar pelo fim da violência contra a mulher. A violência contra as mulheres não é apenas uma questão das mulheres, mas sim de toda a sociedade”, destacou a petista na defesa de seu projeto.

Aprovado pelos vereadores, Botucatu passa a comemorar a data no dia 25 de novembro, mesmo dia em que a não violência contra a mulher é celebrado internacionalmente. Com a inclusão no calendário oficial, agora eventos que promovam ações de combate a esse tipo de violência deverão ser feitas através de órgãos públicos e secretarias.

Em casos de agressões ou ameaças contra a mulher em Botucatu, denúncias deverão ser feitas através dos números 197 ou 181.

História

Ainda na defesa do PL n°110/2013, Rose Ielo relembrou os fatos históricos que culminaram na criação do “Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher”.

Em 1960, durante a ditadura de Rafael Leônidas Trujillo, na República Dominicana, três irmãs – Pátria, Minerva e Antônia María Teresa Mirabal -, que perderam suas terras e dinheiro para o ditador, formaram o grupo Las Mariposas, se opondo a Trujillo. As irmãs foram presas e torturadas diversas vezes, até que no dia 25 de novembro de 1960 foram emboscadas e assassinadas num canavial por forças do ditador. O episódio serviu apenas para que a população se conscientizasse e se solidarizasse com os ideais das Mariposas, gerando o assassinato de Leônidas Trujillo no ano seguinte – 1961.

No Brasil diversos casos simbolizam a violência contra as mulheres, como: agressões sofridas por Maria da Penha, deixando a com sequelas e transformando seu exemplo na Lei que hoje inibe tal violência; a morte da atriz Daniella Perez; a morte de Mércia Nakashima; e o desaparecimento de Eliza Samudio, envolvendo o ex-goleiro Bruno.

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