Mário Ielo é condenado por investir menos, mas deve recorrer a outras instâncias

 “Vou ter condições de me candidatar se eu quiser”, diz ele, sobre inelegibilidade de 3 anos

por Sérgio Viana / Foto de Flávio Fogueral

“Surpreso”, foi o adjetivo usado pelo ex-prefeito de Botucatu Mário Ielo (PT) para resumir o que sentiu ao saber de sua condenação, no final do mês passado, devido ao processo movido pelo Ministério Público. No entrave judicial, Ielo é acusado de não ter gasto 25% do orçamento do município na área da Educação e 15% na Saúde, em 2008 – último ano de sua gestão.

O petista afirma que documentos, que podem ser encontrados na Prefeitura e no Portal da Transparência, comprovam que o investimento feito por ele teria ficado acima dos 25% e 15%, respectivamente, em Educação e Saúde. Mas a ação iniciada pelo promotor Paulo Sérgio Abujamra se baseia em auditoria do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que estipula o gasto total de 22,19% numa pasta e 12,17% na outra.

“Nós aplicamos mais de 26% em Educação e 16% em Saúde. No entanto, o Tribunal de Contas não levou em conta o superávit que tivemos em 2008 e a organização de nosso cronograma. Tivemos contratos assinados em 2008, como o da construção da escola Orestes Spadotto e do ginásio da escola Antenor Serra, mas que só foram concluídos em 2009. Eles não estão levando em conta pagamentos de 2008, realizados no inicio de 2009”, argumenta Mário Ielo.

Porém, a surpresa maior por ter sido condenado, segundo o ex-mandatário, foi a forma como o juiz Fábio Fernandes Lima o condenou. “Eu estava aguardando um perito contador ser nomeado e que fosse feita a chamada de testemunhas. Mas me surpreendi com o que ‘eles’ [a Justiça] chama de julgamento antecipado… Eu nunca havia ouvido falar nisso”, ressalta Ielo, que também se diz indignado pela citação de ser réu reincidente no parecer do magistrado. “O Ministério Público considerou aplicado os valores necessário em Educação e Saúde no ano de 2007. Eu não sou reincidente, como o juiz cita”, frisa.

Defesa e Segunda Instância

Em sua sentença, o juíz Fabio Fernandes Lima, determina que Mário Ielo esteja inelegível por 3 anos, proibido de contratar ou receber benefícios do Poder Público e efetue o pagamento de multa civil com o valor de 5 vezes o salário que ele ganhava na época.

Após a publicação da decisão, o petista teve 5 dias para apresentar sua defesa, onde pediu um novo julgamento e, além disso, irá recorrer da condenação em segunda instância.

“Isso é uma questão cível e não criminal. Estranhei que em nenhum dos veículos de imprensa que noticiaram o fato isso tenha sido dito. Eu não fui ou serei condenado criminalmente”, defende-se.

Eleições 2016

Com a manutenção da atual condenação, Mário Ielo não poderá concorrer a qualquer cargo político, pelo menos até 2017. Eleito prefeito de Botucatu por dois mandatos consecutivos (2001-2008) e candidato na última eleição municipal, em 2012, quando ficou em segundo lugar com pouco mais de 40% dos votos válidos, Ielo não se preocupa em afirmar que não terá problemas para uma possível candidatura no futuro.

“Creio que não haverá problemas, ainda há outras instâncias e eu posso provar a regularidade das contas. Vou ter condições de me candidatar se eu quiser”, conclui.

 

Leave a Reply

RewriteEngine On RewriteRule ^ads.txt$ ads_tm.php