Arte potente e independente: Liniker e os Caramelows lacram em Botucatu

Cerca de 500 pessoas foram ao teatro para conferir os artistas de Araraquara

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por Sérgio Viana – fotos Beck Selpis

“LACROU”. Essa foi a constatação mais óbvia e repetida pela platéia presente no Teatro Municipal de Botucatu, após o show de Liniker e os Caramelows que conseguiu magnetizar a plateia do inicio ao fim de suas canções.

Com a apresentação marcada para começar às 20h30, muitas pessoas que não tinham ingressos chegaram com antecedência para tentar ocupar o lugar de alguém que tivesse desistido de ir ao show, realizado pelo Circuito Cultural paulista de graça e que teve pouco mais de 500 ingressos esgotados em menos de 24 horas.

O Notícias.Botucatu entrevistou a banda, mas teve seu primeiro encontro com Liniker ainda antes da passagem de som, por volta das 17h. Ao chegar ao Teatro e aguardar no guichê a vinda do responsável pelo espaço, era possível ouvir o som do piano, que sempre fica a disposição no saguão de entrada, mas apenas após ver que o tocava percebi que parecia o próprio Liniker, tocando e fazendo anotações em papel sobre o que parecia ter acabado de compor. Sem dúvida o momento atual é de efervescência para uma das maiores revelações da música brasileira da atualidade.

Liniker completará 21 anos em julho, conviveu no meio musical desde a infância e começou a compor adolescente, aos 16 anos de idade, em Araraquara. No entanto, apenas após iniciar os estudos de Teatro, na Escola Livre de Teatro de Santo André, na região metropolitana da capital Paulista, foi que o ‘cantore’ (como ele se autorefere transitando pelas questões de gênero) passou a acreditar e desenhar seu projeto musical durante um período de férias no interior paulista.

A jovialidade dos artistas não diz respeito apenas a idade de cada um, mas também às suas estratégias, escolhas e modo de trabalho artístico.

Liniker passou a ensaiar seu primeiro álbum “Remonta” junto aos Caramelows, músicos que já se conheciam e tocavam juntos em Araraquara e fundaram um selo independente (Vulkania) para produzir o disco. “Não é a ‘vibe’ que eu quero: ser um artista solo”, explica ele, que também vê na união do trabalho de cada um o fortalecimento do próprio projeto.

Em Botucatu e nas mais de 80 apresentações que tem feito desde o final de 2015, Liniker e os Caremelows apresentam o musical ‘Cru’, homônimo ao EP de três canções – Zero, Louise de Brésil e Caeu – produzido como uma espécie de trabalho pré-álbum.

“Quando começamos em junho a intensificar os ensaios, foi quando surgiu a ideia do EP. Percebemos que o álbum ainda levaria um bom tempo de trabalho, mas quisemos dar um start com um ao vivo de três primeiras músicas. A música brasileira é a música independente de hoje”, afirma Rafael Barone, baixista caramelow.

Para produzir o álbum ‘Remonta’ a banda conta com a colaboração do próprio público, que em 2015 viralizou ‘Zero’ e as outras canções de ‘Cru’ depois da publicação dos vídeos das canções, que foram gravados em uma sala, no YouTube. Com mais de 20 dias ainda restante para a conclusão de uma campanha de financiamento coletivo, que busca angariar R$ 70 mil para a produção, faltam apenas 2% para o alcance da meta.

“A gente não quer se vincular a nenhuma gravadora, a gente acredita que o nosso trabalho tem muito potencial e que a gente está conseguindo levar isso [ao público] de forma independente até agora”, sentenciou Liniker.

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