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Quando falamos com nossos filhos sobre sexo, tornamos o assunto natural, ensinamos a criança a se proteger
por Juliana Martini*
Muitas pessoas questionam a real necessidade de falar de sexo com os filhos, muitos acreditam que eles se tornarão mais sexualizados, mais curiosos, outros, simplesmente, tem suas próprias dificuldades e não conseguem se sentir a vontade em falar sobre o tema, então vamos falar sobre algumas coisas aqui.
*Juliana Martini é psicóloga, metre em Saúde Coletiva pela Unesp de Botucatu, psicóloga na rede assistência social de Botucatu, filha, mulher e mãe.
A criança naturalmente terá sua sexualidade aguçada no decorrer do seu desenvolvimento, é necessário que se conheça e que reconheça em si zonas de prazer, mas lembre-se que a criança não pensa como o adulto. Para ela, sexo é diferente de sexo para o adulto. Falar com seu filho sobre sexo desde pequeno diminuirá a ansiedade normal de seu desenvolvimento sexual, e principalmente prevenirá futuros abusos sexuais. Pois, a criança que sofre abuso sexual se sente culpada pelo ato provocado pelo outro, tem medo de ameaças, de não acreditarem nela, e muitas vezes acaba sofrendo calada. Ela também pode passar por tais situações longe de você, em jogos ou brincadeiras com amigos, e terá vergonha de falar ou pedir ajuda. Quando falamos com nossos filhos sobre sexo, tornamos o assunto natural, ensinamos a criança a se proteger, a entender a função reprodutiva do ato sexual, ensinando-os como eles chegam ao mundo, e posteriormente incluímos nossas crenças de acordo com a religião e os ideais de cada família.
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E como eu faço isso se ele ainda é tão pequenininho?- Vamos lá, desde que ele nasce, damos banho, e a medida que cresce podemos nomear as partes do corpo, não pule o bumbum, o pipi, a vagina; converse sobre a diferença de meninos e meninas. O cuidado em se limpar, o uso de calcinhas e cuecas como proteção, oriente que ninguém pode ficar mexendo nessas partes a não ser eles mesmos, e que se alguém fizer isso é para avisar a mamãe, a vovó, o papai, a professora, enfim, um adulto próximo que possa ajudar. Ao conversar sobre isso, a criança não terá vergonha em pedir ajuda.
Crescendo, a criança pode perguntar de onde veio e como entrou na barriga da mãe. Aí precisaremos falar de ato sexual. Uma dica: para crianças entre 5 e 11 anos utilizamos desenhos, podemos falar da sementinha que o papai colocou na mamãe quando namoravam, que foi colocada pelo buraquinho da vagina, que é porta de uma bolsa que toda mulher tem, na onde fica bebe, crescendo, até poder sair, depois de 9 meses por esse mesmo buraquinho, e que só quando adultos podemos fazer isso.
Esse é o primeiro passo na orientação sexual de nossos filhos. Não encontrei pesquisas que afirmassem ser bom ou ruim falar de sexo com os pequenos, mas toda educação e orientação são momentos importantes de convivência, então aproveite.
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