Governo Federal exclui Botucatu de programa de expansão e melhorias em aeroportos

24 de agosto de 2016

Ministério dos Transportes revê investimentos em aeroportos regionais, sendo que apenas dois em São Paulo continuam no programa

aeroporto_botucatu — Aeroporto Municipal de Botucatu “Tancredo Neves”

por Flávio Fogueral com informações da Folha de S.Paulo e Ministério dos Transportes

Decisão do presidente interino Michel Temer (PMDB) pode fazer com que o aeroporto municipal Tancredo Neves, em Botucatu, não seja mais contemplado com expansão e obras de melhorias conforme previsto e anunciado pela Prefeitura local no final de 2015. A medida faz parte do corte de investimentos que o governo federal planeja no que tange ao programa de melhorias e expansão de aeroportos regionais instituído pela presidenta afastada, Dilma Rousseff (PT).

Matéria divulgada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo (leia aqui) informa que o governo Temer resolveu cortar de 270 para 53 os aeroportos que receberão os investimentos de expansão, que teriam início já em 2017. Segundo a reportagem, o ministro dos transportes, Maurício Quintella Nessa, reforçou que não seria necessário o total de aeroportos em obras para que “se iniciasse um programa realista que atenda aos Estados, à demanda e às empresas”. O ministro ressalta que a lista mais enxuta atende à atual realidade financeira do governo federal.

Pelo plano do governo federal, no entanto, somente dois dos dezenove aeroportos regionais do Estado de São Paulo receberiam os investimentos: Sorocaba e Guarujá. Ainda, de acordo com a matéria, outros seis foram repassados ao governo estadual para que sejam entregues a planos de concessão e privatização.

Em sua página oficial, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil garante que os investimentos serão mantidos em 176 aeroportos regionais (leia aqui). Reforça que “dos 270 terminais do programa original, 85 foram descartados como inviáveis pela área técnica da Secretaria de Aviação e 53 são considerados prioritários“.

O ministério enfatiza que os critérios para a escolha dos aeroportos da carteira de projetos foram baseados em indicadores como terminais importantes para o tráfego aéreo que já estão com restrição de capacidade; os localizados em regiões remotas, caso da Amazônia Legal; rentabilidade do operador aeroportuário; cobertura da população em até 120 minutos de deslocamento (100 km); interesse das companhias aéreas; e proximidade de grandes aeroportos ou capitais.

Investimentos em Botucatu e voos comerciais

Seriam investidos, para a ampliação dos 270 aeroportos, incluindo o de Botucatu, mais de R$ 7,3 bilhões. Agora, para atender aos 53 aeroportos, o governo desembolsará R$ 2,4 bilhões. O aeroporto local pelo projeto, teria aporte de R$ 20 milhões que seriam empregados na expansão da pista, reforma e construção de terminal de embarque e desembarque de passageiros, além da instalação de aparelhos para auxílio às aeronaves.

Tendo a gestão repassada do Estado para o município em 2013, o aeroporto de Botucatu recebe cerca de 40 voos mensais, todos particulares. Com a ampliação poderia ser credenciado junto à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) para receber voos comerciais. O espaço também tem uso atual como base de testes para aviões fabricados pela Embraer ou empresas do setor aeronáutico, como a Avionics que, em julho, apresentou seu primeiro VANT (Veículo Aéreo Não-Tripulado).

O Aeroporto de Botucatu foi inaugurado no início da década de 1940, mas passou a levar oficialmente o nome Tancredo de Almeida Neves apenas em 1985. A pista possui 1500 metros de extensão por 30 de largura, seis hangares, e toda a estrutura para receber aviões de médio porte. Não há informações sobre os custos mensais de manutenção do espaço.

A Prefeitura de Botucatu foi procurada, ainda na tarde de quarta-feira (24) para comentar sobre o assunto mas, até o fechamento desta matéria, às 13 horas desta quinta-feira, não havia um posicionamento oficial. O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil também foi contatado para confirmação do corte de investimentos, mas também não respondeu aos questionamentos do Notícias.Botucatu.