Casos de dengue crescem 40% no segundo semestre em Botucatu

Distrito de Vitoriana vem vivenciando um surto de dengue, do total de 71 casos positivos

Da Redação

Em 2023 já foram confirmados 295 casos de dengue no município de Botucatu, um aumento de 10,9% quando comparado com o mesmo período do ano passado. O que deixa a Vigilância Ambiental em Saúde em alerta é o fato de 40% dos casos terem ocorrido no segundo semestre, período atípico, considerando o histórico epidemiológico do município.

De acordo com Valdinei Silva, Coordenador de Programas de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, historicamente, a transmissão da dengue era interrompida no mês de julho, quando as condições climáticas como estiagem e temperaturas mais baixas contribuíam para a queda do índice de infestação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, a interrupção da circulação do vírus dessa doença.

“O que vemos agora é um índice de infestação de mosquito que vem se mantendo nos meses atípicos e que está sendo suficiente para sustentar a transmissão da dengue. O Distrito de Vitoriana vem vivenciando um surto de dengue, do total de 71 casos positivos, 83% se deu no segundo semestre”.

“Realizamos em Vitoriana vários ciclos de bloqueio de controle de criadouros, de aplicação de inseticida através de equipamentos costais e veiculares a operação cata-treco em parceria com as Secretarias de Zeladoria e Infraestrutura, tudo isso para conter a transmissão no Distrito”, explicou Valdinei.

Dengue também cresce em território nacional

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil pode enfrentar, em 2024, um aumento significativo no número de casos de dengue, com registros que podem superar patamares históricos. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em outubro, alertou para os impactos do calor excessivo na saúde das populações afetadas pelo fenômeno climático El Niño, entre eles o Brasil. Dentre os pontos de preocupação, a entidade destaca a alta das arboviroses urbanas, doenças virais causadas por picadas de mosquitos, como a dengue.

“É importante destacar a ré emergência e a rápida dispersão do sorotipo DENV3 no território nacional, com alto número de indivíduos suscetíveis, torna o cenário epidemiológico ainda mais propício ao aumento da transmissão de dengue em 2024”, alerta o Coordenador de Programas de Saúde.

A dengue possui 4 sorotipos: DENV 1, DENV 2, DENV 3 E DENV 4. Pessoas infectadas com um deles não ficam imunes aos outros. Essa dinâmica favorece a ocorrência de ondas mais graves como a que pode atingir o Brasil no ano que vem.

“A segunda infecção por qualquer sorotipo da dengue pode ser mais grave do que a primeira, independentemente dos sorotipos e de sua sequência”, concluiu Valdinei.

A Vigilância Ambiental em Saúde reforça que a população tem um papel fundamental no combate a dengue, eliminando as condições favoráveis à proliferação de mosquitos, através da manutenção adequada dos recipientes com e/ou em condições de acumular água parada. Quanto menor o índice de infestação de mosquitos, menor a chance de circulação da dengue.

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