Biblioteca criada foi nomeada como Biblioteca Antirracista Marielle Franco
Da Redação
Foram mais de 500 obras literárias de autores africanos, indígenas e afro-brasileiros arrecadadas por oito estudantes da EE Professor Andronico de Mello, localizada na região central de São Paulo. Eles foram os responsáveis por criar a Biblioteca Antirracista Marielle Franco, que ganhou vida após os alunos perceberem que a biblioteca da escola refletia majoritariamente a cultura branca, não correspondendo à realidade dos colegas.
Uma das integrantes do projeto é a Giovanna Negro. À época do projeto, Giovanna tinha 17 anos. Atualmente, aos 18 anos, ela é graduanda em Física Médica no Instituto de Biociências da Unesp (IBB) – Câmpus Botucatu.
A biblioteca criada pelos alunos foi nomeada como Biblioteca Antirracista Marielle Franco. O projeto não foi desenvolvido para uma disciplina específica, mas, sim, como resposta a uma necessidade percebida pelo grupo de alunos. As docentes que apoiaram o projeto foram Rachel D’amico e Maite Maiara, ambas professoras na disciplina de sociologia.
“Foi crucial oferecer representatividade e inspiração para alunos que talvez não encontrassem modelos étnicos semelhantes nos materiais educacionais convencionais”, afirma Giovanna. Sobre a representatividade e o impacto social que abrange a importância do projeto, Giovanna alega que ao disponibilizar uma ampla gama de obras desses autores, a biblioteca não apenas incentivou a leitura e o desenvolvimento acadêmico, mas também fortaleceu o senso de identidade e pertencimento entre os alunos, promovendo uma educação mais inclusiva e enriquecedora para todos os estudantes.
Durante o desenvolvimento da biblioteca, o livro “Pequeno Manual Antirracista”, da filósofa Djamila Ribeiro, foi a primeira obra que Giovanna lembra que todos os integrantes começaram a ler. E para prestigiar a arrecadação dos livros e a iniciativa da Biblioteca Antirracista Marielle Franco, Djamila Ribeiro esteve presente no local, fazendo uma surpresa a todos os envolvidos. “Vê-la prestigiando nosso trabalho foi extremamente emocionante”, relembra Giovanna.
A biblioteca foi inaugurada em outubro de 2023, e é um dos projetos vencedores da 7ª edição do Prêmio Territórios, iniciativa do Instituto Tomie Ohtake, realizada em parceria técnica com a Cidade Escola Aprendiz e o Centro de Referências em Educação Integral. A 7ª edição buscou ações pedagógicas articuladas com seus territórios, em busca de promover estratégias comprometidas com a igualdade de direitos e a diversidade cultural.
Dentre os projetos de escolas de todo o país, a Biblioteca Antirracista Marielle Franco foi uma das vencedoras do Pêmio Territórios. Para Giovanna, receber a notícia do prêmio Tomie Ohtake foi uma grande surpresa. “Participar do evento e ver outros projetos de várias partes do Brasil foi muito emocionante”, conta emocionada a aluna do IBB, Giovanna.