Unesp de Botucatu apura pichação racista em banheiro

Mensagen encontrada no banheiro depreciavam estudantes do curso de enfermagem

Da Redação

A Unesp de Botucatu apura episódio de racismo e sexismo em pichação feita em um dos banheiros da Biblioteca do Câmpus, em Rubião Júnior. O fato ocorreu nessa semana e desencadeou resposta imediata do Grupo Administrativo do Câmpus (GAC), que iniciou os procedimentos para identificar potenciais autorias.

A mensagen encontrada no banheiro depreciavam estudantes do curso de enfermagem, um dos mais concorridos da universidade em Botucatu. No banheiro estava escrito “enfermagem, curso de pretos”. O ato é ataque direto ao programa de cotas raciais adotado pela universidade adotada desde 2013 e que garante 50% das vagas para cada curso de graduação e turno devem ser destinadas a alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas. Destes 50%, 35% são reservadas a pretos, pardos e indígenas.

As quatro unidades da Unesp que integram o câmpus de Botucatu emitiram nota oficial para repudiar o ato.  “Assim que foi informada, imediatamente a presidência do Campus adotou as medidas para remoção do conteúdo ofensivo e limpeza do local. É inaceitável que manifestações dessa natureza persistam em nossa sociedade”, salienta nota do GAC assinada pelo professor Carlos Magno Fortaleza, presidente do grupo.

Confira a íntegra da nota emitida:

Foi com indignação e tristeza que o Grupo Administrativo do Campus (GAC) e a direção das unidades universitárias da Unesp de Botucatu tomaram conhecimento de uma pichação ofensiva e deplorável encontrada em um dos banheiros da Biblioteca do Campus, em Rubião Júnior. Acintosamente racista e carregada de sexismo e elitismo, trata-se de uma ação profundamente perturbadora e contrária aos valores de igualdade, respeito e diversidade que defendemos.

Diante desse lamentável episódio, manifestamos nosso veemente repúdio. Assim que foi informada, imediatamente a presidência do Campus adotou as medidas para remoção do conteúdo ofensivo e limpeza do local. É inaceitável que manifestações dessa natureza persistam em nossa sociedade.

Temos trabalhado para transformar a Universidade em uma trincheira de resistência e luta contra o ódio e o preconceito. Para fazer dela, cada dia mais, o espaço onde as relações humanas sejam construídas a partir de princípios e valores como o respeito, a tolerância e a fraternidade.

O enfrentamento a toda forma de discriminação e preconceito; a luta contra o racismo e a promoção da inclusão e igualdade no ambiente universitário, mais do que bandeiras, são compromissos prioritários para a UNESP, e pilares que sustentam a construção da universidade pública, gratuita, inclusiva e plural.

Neste momento, expressamos nossa solidariedade a todos, todas e todes afetados por este lamentável episódio. Reforçamos nosso compromisso em trabalhar incansavelmente para erradicar o racismo e todas as formas de discriminação de nosso campus. Não pouparemos esforços nessa luta.

Ao mesmo tempo em que nos solidarizamos com as vítimas dessa agressão, lamentamos a dificuldade em identificar os responsáveis. Pedimos à comunidade que, caso haja conhecimento ou suspeitas sobre a autoria, assim como informações sobre grupos disseminadores de ódio e preconceito, que isso seja comunicado à presidência do Campus, diretamente ou através da Ouvidoria.

Botucatu, 18 de julho de 2024.

PROFESSOR TITULAR CARLOS MAGNO CASTELO BRANCO FORTALEZA

Presidente do Grupo Administrativo do Campus e Diretor da Faculdade de Medicina de Botucatu

PROFESSOR TITULAR CEZINANDE DE MEIRA

Vice-Presidente do Grupo Administrativo do Campus e

Diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu

PROFESSOR ASSOCIADO LUIZ FERNANDO ROLIM DE ALMEIDA

Diretor do Instituto de Biociências de Botucatu

PROFESSOR ASSOCIADO DIRCEU MAXIMINO FERNANDES

Diretor da Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu

LUCIANA PIZZANI

Diretora da Divisão Técnica de Biblioteca e Documentação da Unesp/Campus de Botucatu

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