Universidade não divulgou como é a estrutura ou investimento do laboratório
Da Redação
A Unidade de Pesquisa Experimental (Unipex) da Unesp Botucatu realizou na quinta-feira, 15 de agosto, a inauguração do Biotério de Zebrafish, coordenado pelo Laboratório TOXICAM (Núcleo de Avaliação do Impacto Ambiental sobre a Saúde Humana).
Participaram da cerimônia de abertura, o professor-associado Pedro Luiz Toledo de Arruda Lourenção, vice-diretor da FMB; a professora-assistente Drª Sarita Cândida Rabelo, representando a direção da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA/UNESP); a professora-associada Patrícia Pintor dos Reis, coordenadora da UNIPEX; Drª Débora Cristina Damasceno Meirelles dos Santos, vice-coordenadora da UNIPEX; professora-assistente Drª Lilan Cristina Pereira, coordenadora do Laboratório TOXICAM e responsável pelo Biotério de Zebrafish e o Dr. Diego Generoso, veterinário responsável pelos biotérios da UNIPEX.
Também conhecido como peixe Paulistinha, o “Zebra” é um pequeno peixe tropical de água doce, que mede por volta de cinco centímetros quando adulto. Natural de países asiáticos tem se tornado comum nos laboratórios do Brasil. Sua utilização tem apresentado resultados bastante significativos, devido à semelhança genética da espécie com os seres humanos (71% de similaridade de genes). Seu genoma completo está disponível em bancos de dados.
Outras vantagens do seu uso na pesquisa acadêmica são a transparência durante o estágio larval, rápido desenvolvimento e reprodução em larga escala. Um casal de peixes pode ter até 200 embriões por acasalamento, o que permite gerar uma mostra estatisticamente relevante por um baixo custo.
O peixe tem se mostrado excelente modelo experimental para estudos comportamentais, genéticos, toxicológicos e para desvendar o mecanismo de diversas doenças humanas bem como testar novos agentes terapêuticos antes de submeter o ser humano ao seu uso. Em comparação aos roedores, o custo de criação e manutenção do Zebrafish é menor. Ele gera economia sem perder a relevância dos dados gerados nas pesquisas científicas. Seu uso se torna mais barato porque ele é menor e em pouco espaço é possível fazer a criação de inúmeros animais. Para se ter uma ideia, custa em média R$ 8 para manter um rato por dia para pesquisa e o Zebrafish em torno de R$ 0,60.
A assessoria da Unesp Botucatu, no entanto, não divulgou como é a estrutura ou investimento feito pela universidade para a implantação do laboratório.
Discursos na cerimônia de inauguração
Veterinário responsável pelos biotérios da UNIPEX, Diego Generoso disse que a inauguração é um momento marcante para a FMB, para a UNIPEX e toda a comunidade científica pois significa a abertura de um novo espaço dedicado à pesquisa e ao avanço do conhecimento. “O biotério permitirá que nossos pesquisadores explorem novas fronteiras do conhecimento com precisão e eficácia. O Zebrafish é um modelo experimental extraordinário e tem potencial para estudos comportamentais, genéticos, toxicológicos; para acelerar a compreensão de doenças, além de contribuir para o desenvolvimento de novas terapias. A criação desse biotério é um exemplo claro do compromisso com a excelência e a pesquisa, atendendo aos altos padrões de bem-estar animal e sanitário”.
Em seu pronunciamento, a professora Lilian Pereira agradeceu o apoio recebido para implantação do novo biotério e fez questão de reverenciar a figura do professor titular João Lauro Viana de Camargo, que há 25 anos fundou o Laboratório TOXICAM, que no início das atividades utilizou roedores como modelo animal para entender os mecanismos de carcinogênese. “Mas temos que acompanhar a evolução e cá estamos hoje para inaugurar o primeiro biotério SPF de Zebrafish da Unesp na UNIPEX/FMB”, disse.
Segundo ela, a difusão científica faz parte da essência do TOXICAM, já que a equipe acredita que a ciência desenvolvida na universidade deve ser compartilhada com todos. “Desta maneira surgiu o evento Zebrafish em Movimento, planejado para atender a população de modo geral, de diferentes faixas etárias e com diferentes níveis de conhecimento, para que todos possam aprender porque e como usamos o Zebrafish em nossas pesquisas”, completou.
Ao fazer uso da palavra, Débora Damasceno reforçou a importância do biotério de Zebrafish para promoção da ciência e para consolidação da UNIPEX como um grande centro para o desenvolvimento de pesquisas e formação de recursos humanos. “Agradecemos a Lilian e toda a equipe por ter escolhido a UNIPEX para instalação desse novo biotério. Esse espaço nos permitirá promover pesquisas para que possamos entender os mecanismos de doenças e buscar novas terapias para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Que esse novo biotério também serva para a formação de nossos alunos e de novos profissionais, além de trazer informação e formação para os nossos servidores”.
Patrícia Pintor parabenizou a todos pelo evento e disse ser motivo de orgulho a inauguração do novo biotério nas instalações da UNIPEX. “Nos empenhamos muito em ajudar a estabelecer o biotério e vamos continuar nos empenhando para avançar cada vez mais porque a ciência, o conhecimento, para nós da UNIPEX, não tem fronteiras. É o recado que deixamos a todos que estão ajudando a ter esse ambiente dinâmico, vibrante de ciência dentro da nossa unidade”.
Representante da FCA, Sarita Rabelo destacou a importância do biotério para promoção da pesquisa e enalteceu também o fato dos organizadores do evento terem aberto espaço para que a comunidade possa se aproximar do dia a dia da universidade. “Sabemos da importância do biotério para a comunidade científica, não só para a Unesp de Botucatu, mas também para as instituições públicas e privadas que vão usufruir dessa infraestrutura. Sua relevância para estudos de toxicidade, de novos fármacos dentro do mercado e de diversas doenças. Gostaria também de parabenizar os organizadores por terem trazido a exposição da Plataforma Zebrafish do Instituto Butantan. Isso mostra que a universidade tem procurado reforçar as interações junto a comunidade, fortalecendo suas ações extensionistas”.
Em seu pronunciamento, o vice-diretor da FMB destacou a importância do trabalho de vanguarda no campo científico realizado pela UNIPEX, pelo TOXICAM e pelo Programa de Pós-Graduação em Patologia. E também valorizou o caráter do evento, por promover a divulgação da ciência combinada com uma atividade de extensão, que abre as portas da universidade para comunidade.
“A UNIPEX é uma das pérolas da nossa faculdade e estar aqui sempre é muito bom. Estar aqui para um evento de pesquisa é motivo de orgulho. Além disso tem uma questão pessoal. Participei de vários estudos aqui desde que era residente. Aqui me sinto em casa. Importante que esse evento mostra mais uma parceria entre a FMB e a FCA. Aqui em Botucatu, as quatro unidades da Unesp têm como característica trabalhar em conjunto”, comentou Lourenção.