Botucatu deve ter volta do comércio, com restrições, a partir de 1° de maio
Reunião com comerciantes trouxe propostas que devem ser implantadas a partir de 1° de maio
Por Flávio Fogueral
Prestes a completar um mês da determinação do fechamento total do comércio considerado não essencial para a contenção do contágio de Covid-19, a Prefeitura de Botucatu cogita a liberação das lojas de varejo a partir de 1° de maio.
A proposta foi apresentada na tarde desta quarta-feira, 22 de abril, pelo prefeito Mário Pardini (PSDB) a representantes do comércio varejista. A permissão terá algumas restrições em vista do decreto estadual que tem validade até 10 de maio. Entre as entidades presentes estavam a Associação Comercial e Empresarial de Botucatu (ACEB), Sindicato do Comércio Varejista (Sincomercio) e o Sindicato dos Empregados no Comércio Varejista (Sincomerciarios).
O decreto ainda será publicado e traz algumas regras para a retomada gradual. A primeira será que o atendimento ocorrerá apenas pelo sistema de drive-thru, sem o acesso dos clientes ao interior dos estabelecimentos. As compras deverão ser feitas no interior dos veículos. Nem todas as lojas terão a permissão para a abertura: lojas de departamentos e acima de 750 m² a ser estipulada estarão proibidas de atendimento.

Outro ponto será que, com a adoção do sistema drive-thru, haverá limitação de tempo para o atendimento. Os principais corredores comerciais terão o estacionamento de veículos proibidos justamente para dinamizar os atendimentos. Quanto ao horário, mantém-se o estabelecido por convenção coletiva: de segunda a sexta-feira, das 9 as 18 horas e aos sábados, das 9 as 17 horas.
A obrigatoriedade dos equipamentos de segurança como máscaras e a disponibilização de álcool em gel. As medidas fazem parte das sugestões apresentadas pelos comerciantes em reuniões anteriores.
As medidas poderão ser modificadas conforme análise de alguns fatores entre os quais os números de casos confirmados de coronavirus, leitos hospitalares e a disponibilidade de respiradores. Também influenciará a dinâmica da doença em outras regiões do estado como Bauru, Sorocaba e até na capital paulista.
Para a elaboração dos pontos apresentados houve assessoria técnica de médicos e especialistas da Unesp e Hospital das Clínicas. As propostas foram analisadas pelo promotor de Justiça, Paulo Abujamra, a fim da construção do futuro decreto a ser emitido nos próximos dias.
“Há um decreto estadual em vigor que estabelece até o dia 10 de maio. Não adianta abrir de forma irrestrita sendo que a Justiça prontamente determinará o cumprimento da lei”, frisou Pardini.
Segundo ele, as medidas adotadas por Botucatu quanto ao isolamento social possibilitam uma reabertura gradual das atividades econômicas. “No entanto, um recuo das medidas poderá desencadear um colapso maior no sistema de saúde. Temos conseguido atenuar a curva de contágio pelas ações adotadas”, salientou Pardini.
Outros segmentos também têm levado suas demandas e alinhado regras para a possível retomada. Na quinta-feira, 23 de abril, empresários do setor de hotelaria, bares, restaurantes, lanches e alimentação fora do lar serão consultadas. Já na sexta-feira, 24 de abril, será a vez da direção do Shopping Botucatu ter reunião com o Poder Público.
Outro fator é que Guarda Civil Municipal e Polícia Militar farão auxílio na fiscalização para o cumprimento das medidas sanitárias, de higiene e das normas previstas no decreto.
Já os supermercados passarão a ter mais rigor com a reabertura do comércio. Entre as medidas também está a obrigatoriedade de uso de máscaras no interior do estabelecimento.