Unesp de Botucatu recebe delegação de Moçambique

O objetivo  é trazer estudantes moçambicanos para estagiar no Brasil durante seu período de férias

da Assessoria de Imprensa da FCA Unesp

A Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu, está recebendo a visita de dois estudantes de Moçambique.

Nunes da Fonseca Roberto e Emelda Orlando Simbine chegaram no dia 21 de janeiro e ficam até o final de março na FCA. Eles participam do Programa de Incentivo à Formação Científica de Estudantes de Moçambique, firmado entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Ministério da Ciência e Tecnologia do país africano.

O objetivo do programa é trazer estudantes moçambicanos para estagiar no Brasil durante seu período de férias, nas mais diversas áreas e em várias instituições. Nunes e Emelda foram selecionados pelas suas universidades em razão do seu bom desempenho acadêmico.

Nunes tem 21 anos e cursa o terceiro ano de graduação em “Desenvolvimento Rural, Economia Agrícola e Extensão Rural” na Universidade de São Tomas de Moçambique, instituição privada, sediada em Maputo, a capital do país.

Em Botucatu, ele está desenvolvendo seu estágio com pós-colheita, orientado pelo professor Rogério Lopes Vieites. “Nunca tinha trabalhado com esse tema. Meu curso é mais centrado nas questões humanas. É um desafio para mim. São muitas coisas novas, mas estou me adaptando e gostando do trabalho. Tenho pensado até em voltar para o Brasil em outra ocasião e me aprofundar nessa área”.

Aluna da Universidade Eduardo Mondlane, a maior de Moçambique, também sediada em Maputo, Emelda tem 23 anos e está no sexto ano de Medicina Veterinária.

Interessada em Biotecnologia, Emelda está estagiando sob a orientação dos professores Pricila Veiga dos Santos e Waldemar Venturini Filho. Seu trabalho estuda o uso de xarope de jabuticaba na preparação de iogurtes e sorvetes. “Eu já tinha trabalhado com produtos de laticínio numa disciplina chamada Tecnologia de Alimentos, incluindo a produção de iogurtes e queijos. É uma tecnologia que eu posso implantar em meu país, utilizando outras frutas”.

Os dois nunca tinham saído de seu país para estudar, mas a adaptação tem sido boa. “Os brasileiros são muito alegres, fui muito bem recebido na república em que estou hospedado”, diz Nunes. “Está sendo bom estar aqui. Já estou adaptada. Converso bastante com os colegas de república, temos uma boa relação”, complementa Emelda.

O professor Venturini lembra que o programa de colaboração ainda está no início e, provavelmente, ainda precise de ajustes para se consolidar, mas enxerga um grande potencial na iniciativa. “É interessante porque muda um pouco o foco tradicional dos programas de intercâmbio, estabelecendo um interesse especial para os países africanos de língua portuguesa. Acho que ambos os lados podem tirar um bom proveito dessa colaboração”.

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